Para essa minha análise vamos voltar no tempo tendo como alicerce que o PSBD se porta como um partido de direita e o PT como partido de esquerda.

Segundo Miriam Morais em seu livro Politica o conceito “Direita e Esquerda” nasceu de um costume. Na Assembleia Nacional Constituinte Francesa, no tempo de Luís XVI, nos anos finais do século XVIII. Os representantes dos nobres e dos ricos costumavam se sentar na fi leira de cadeiras que ficava à direita do rei. Eram os conservadores, aqueles que não queriam grandes alterações na ordem social e política que os beneficiava por meio de um sistema de privilégios aos nobres. Os representantes da pequena e média burguesia fi cavam à esquerda. Eram os que desejavam o fim dos privilégios e uma reforma política e social que acreditavam ser o melhor caminho para tirar a França da crise. Com o tempo, as pessoas começaram a se referir a eles como sendo da direita ou da esquerda, representando o grupo ideológico a que pertenciam. Essa terminologia ganhou o mundo, sendo adotada inicialmente pelos jornais, e depois pela mídia em geral. Desse modo, historicamente a expressão “direita política” passou a identificar o partido dos economicamente privilegiados e dos conservadores, enquanto a expressão “esquerda política” ficou como o partido dos menos privilegiados e defensores das políticas de inclusão social.

Diante dessas premissas temos Fernando Henrique Cardoso encabeçando o PSDB com ideias capitalistas de livre iniciativa com características meritocráticas (cada um terá o fruto do próprio esforço), com interferência mínima do estado nas questões sociais, forte tendência a privatizações, com serviços públicos sendo substituídos por empresas privadas e permitindo que a sociedade trabalhadora se organize livremente por meio da oferta e da procura. Do outro lado o PT com um estigma populista batizado de Lulismo defendendo maior participação do estado nas questões sociais, onde o partido prega que serviços essenciais como saúde, educação e segurança tem que ser promovido pelo estado através de estatais a fim de atingir a todos igualmente se estendendo por politicas assistencialista como o bolsa família e minha casa minha vida.

Diante desses fatos os nordestinos não podem ser considerados preguiçosos, dependentes de governos, tampouco os sulistas sejam os únicos trabalhadores desse país. Há nesse ponto a necessidade de avaliar territórios e mercado.

As circunstâncias ditam o homem. Levem o nordestino para o sudeste e tragam um sulista para o nordeste que em pouco tempo os mesmos se adaptam ao meio. É uma visão antropológica que nos faz enxergar que nenhum brasileiro é inferior a outro no modo de pensar, agir e conviver.

Viver em um mundo de fábricas, prédios, grande comércio, aporte financeiro e outras estruturas em geral nos convergem a uma DIREITA capitalista onde eu sou responsável pelos meus méritos. Viver em uma caatinga onde se bebe lama, se dorme com fome, aonde o dinheiro não chega e  tudo é precário , o assistencialismo governamental da ESQUERDA é tão bem vindo como necessário.

Nesse sentido é visível que realmente existam dois brasis, cada um com suas necessidades e anseios onde, nesse universo social os partidos políticos, de direita ou de esquerda deverão se adaptar a pluralidade humana se quiserem seguir no poder.

Essa divisão do mapa ainda durará muito e muitos anos. Foi posto a prova nessa eleição essas duas linhas de pensamento politico onde dessa vez, por razões urgentes e em sincronia a esquerda levou a melhor.