Por que é tão difícil acreditar em políticos no Brasil?

  • Márcio Pedro
  • 09/08/2014 17:29
  • Márcio Pedro
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Em 2014, serão 24.917 políticos disputando cargos para governador, senador, deputado estadual, federal e distrital; além do cargo de presidente da República. A briga por uma vaga é acirrada, necessariamente não ganha quem tem mais dinheiro ou quem está mais preparado, mas sim, quem conhece bem as jogadas e técnicas da esfera política.

Mesmo com tanta gente desejando chegar a ocupar um cargo político, mesmo sabendo que hoje a classe política é a mais desacreditada pela população, os candidatos matam e morrem por um lugar no poder.

Abaixo relacionei seis motivos para refletirmos e chegar a uma conclusão de como é difícil acreditar neles.

 1 – Sem posição alguma sobre temas polêmicos:

Muitos políticos não têm opinião formada sobre nada. Suas opiniões são convenientes para o momento oportuno. Até uma simples asinha de galinha é a comida mais saborosa do mundo na casa do eleitor. Fogem como o diabo foge da cruz de assuntos polêmicos como o aborto, casamento gay, eutanásia, liberação da maconha, diminuição da maioridade pena, etc. Sua opinião é a opinião do eleitor próximo; não querem se indispor com ninguém. Seria o político um ser que não sabe fazer bom uso do seu pensamento?

2 - A contabilidade que não fecha

Como em sã consciência alguém em um país capitalista investirá seu dinheiro em um negócio que não lhe renda nem mesmo o valor gasto? Não trato nem das duvidosas doações de amigos e empresas. São gasto milhões de reais para eleger políticos que eles mesmos sabem que durante os quatro anos de mandato o dinheiro dos seus salários não será suficiente para cobrir todo o dinheiro gasto na campanha que o elegeu. Que espírito altruísta é esse que as pessoas não percebem...ou quem sabe, o seu contador não analisou as contas corretamente.

3 - A culpa é dos outros.

Tudo que não aconteceu na sua gestão não é culpa dele. Tentou aprovar todas as leis que beneficiassem os cidadãos mais ele era minoria. Fez o que pôde só que na segunda gestão vai ser diferente. Tenho 999 projetos e prometo aprovar todos até o fim do mandato, verbaliza sorridente para no final da sua reeleição tornar a falar que não dependeu dele, mas o colega que ele agora está apoiando se compromete a fazer tudo o que ele não fez. Viva!

 4 - Anonimato feliz por um flash com tarja preta

Me digam o que faz cidadão abandonar sua vida de empresário bem sucedido ou fazendeiro respeitado para virar político, se atolando em problemas, preocupações, disputas e exposição depreciativa ao legado familiar construído com muitos suor e trabalho . Ser conhecido por todos o torna mais poderoso mesmo que a doses cada vez mais altas de remédios para suportar a pressão do dever político?

5 - Mágoas passadas têm preço.

 Aquelas brigas e ofensas que se estendiam por meses afetando até os familiares em discursos fervorosos na campanha, incitando muitas vezes o próprio eleitor a comprar a briga se esvanecem com a chegada do novo pleito político. Foi tudo fingimento? E o eleitor que o protegeu tanto, que cantou sua música até ficar rouco, incorporou a campanha como se fosse sua, como fica? Bom, é melhor agora fazer amizade com a turma de lá para não ficar só.

6 - Educação tratada como um pote de manteiga

Como eu posso esperar uma grande revolução na educação desse país elegendo políticos que só apreenderam a negociar mercadoria e serviço ou que nunca foram para uma sala de aula para entender que o problema da educação não pode ser resolvido a curto prazo . Como, meu Deus, esperar que um fazendeiro, palhaço, jogador de futebol, empresário ou sei  lá quem, sem nenhum conhecimento filosófico e social possa tomar decisões sábias e concretas que beneficiem a educação desse país, estado ou município? Há um imediatismo desenfreado para resolver assuntos de grande magnitude, como a educação, sendo tratado como uma data de validade de um pote de margarina.