A feira de Feira Grande

  • Redação
  • 15/10/2012 11:48
  • Márcio Pedro

Por: Márcio Pedro

Havia um ano que não frequentava a feira livre de minha cidade. Com o feriado de nossa senhora Aparecida e do dia das crianças, fui matar a saudade daquela feira-livre que outrora deu o nome a cidade.

Depois de muitas mudanças frustradas do melhor dia para a feira-livre por parte dos governantes, definiu-se por fim, pela sexta-feira.

Quando desci aquela ladeira cúmplice de uma tragédia, notei que já não podia fazer o retorno pela igreja, pois as bancas tinham ocupado aqueles lugares, o que me animou bastante, uma vez que, não acreditava na proporção que ela (a feira) tinha tomado.

À medida que me infiltrava nas sombras daquelas barracas, ouvia um som amador de um cantor desconhecido numa boca difusora cantando uma musica do cantor Roberto Carlos, característica marcante nas feiras do nordeste. Do outro lado uma musica brega no maior volume se misturava com a alegria do povo e as vozes melódicas dos comerciantes.

O que vi foi uma feira-livre bastante alegre e cheia de consumidores, bancas aos montes, apesar de ter observado uma confusão danada com os seguimentos, uma vez que, encontrei banca de fruta do lado de banca de peixe, mesas de verduras ao lado de lojas ambulantes de roupas, e também a ausência de artistas da terra, que soube que era por falta de incentivos.

O espaço ocupado, e a evolução que notei de quando a tinha visitado tempos atrás me impressionou. Além de ocupar toda a praça do centro da cidade ainda se alongava por ruas transversais.

Perguntei a um comerciante com o nome de José, que já estava desmontando sua banca de verduras, se a feira tinha sido lucrativa, ele com um sorriso no rosto falou que sim, muito boa!

Observei também os produtos à venda, e foi de uma satisfação danada. Tinha de tudo desde peixeiras a sapatos, de chaveirinhos do Juazeiro do Norte à uva importada, e gritos de vendedores lotados de discordância verbais. Uma feira recheadas de artigos domésticos, frutas, musicas de fundo vinda dos carrinhos de cds e DVDs piratas, artigos de lazer, vestuário em geral, peças de barro e cerâmica, anúncios cheios de malicia. Queijos e derivados de todos os sabores, padarias próximas lotadas de sertanejos comendo pão com refrigerante e um fio de esperança que falta pouco para este comercio semanal honrar seu nome de Feira Grande.

Parabéns a todos aqueles que contribuíram para o renascimento desta feira, desde gestores públicos, comerciantes, visitadores e consumidores em geral por não deixar morrer este bem mais conhecido.