Para onde caminhamos?

  • Redação
  • 07/10/2011 07:57
  • Márcio Pedro

Havia-se um tempo, mais ou menos na idade média, na qual se formou a burguesia e que as pessoas tinham um gosto mais afinado, mais decente, e com uma hipocrisia transparente, onde se ditava quem era quem e o que este pensava. Viviam no confronto entre a vida política, social e econômica e que apesar de tudo almejavam capital intelectual, prazer na leitura, fundamentos para o conhecimento, e bem-estar acompanhando o estilo de vivência da época. Era um povo que sabia apreciar valores e padrões sociais aceitáveis.

O tempo passou, a tecnologia evoluiu, a população cresceu, as descobertas cientificas foram aprimoradas, e em contrapartida a população brasileira esteve em declínio até os dias de hoje no campo que se refere a valores morais, intelectuais e sociais numa amplitude escancarada de gosto pífio e irresponsável. A hipocrisia se ocultou.

Os dias atuais no Brasil são vistos como uma nuvem que passa. A população escolheu assistir novelas à conviver com a literatura. Esta, sem querer, está se dando ao luxo de ser escravizada pelos meios de comunicação que não querem que eles pensem, que não forme opiniões, que sejam zumbis de seus desejos.

É muito comum hoje você chegar numa casa na hora da novela e não receber a atenção merecida, como também é muito comum você comentar sobre leitura, filosofia, Deus, e ficar falando sozinho. O brasileiro se preocupa mais com o que vai ser servido para beber do que com os anseios e dúvidas das pessoas que estão em sua volta.

O mundo todo quer falar ao mesmo tempo, todos querem opinar. Ninguém quer ouvir, ninguém quer saborear a prosa do outro, querem apenas que ouçam suas estórias sem fim.

O homem não ouve mais o outro, não respeita, não agradece, não diz obrigado não pensa junto, são valores que se perderam no meio do caminho em confronto com a agradabilíssima forma de viver sem pensar, sem se preocupar.

O jovem de hoje não conhece MPB, mas é afinado num axé music com letras ofensivas e duplo sentido. O brasileiro conhece o perfil de todos os participantes do programa Big Brother Brasil e da Fazenda, mas não sabe o nome do Ministro da Justiça do seu país. O brasileiro conhece a vida da maioria dos atores de televisão, mas ignora a batalha, o trabalho suado do irmão que mora ao lado. Temos que fazer uma conscientização. Não é possível que você ache graça um vestibulando não saber escrever uma redação ou precisar de auxilio de uma calculadora para resolver uma simples conta de matemática. Não é possível que você aprove o diploma sem conteúdo, a matéria sem vida, o espeto sem carne, o Deus sem amor.

O brasileiro é o individuo que se acha o mais esperto. Ele tem jeitinho para tudo, é para subornar um guarda de transito, para comprar a entrada numa faculdade, para sonegar impostos e para mentir em favor de dinheiro, mas é curto de inteligência para amar o próximo para viver as coisas boas e simples da vida. É uma hipocrisia danada. É uma preocupação mentirosa com o vizinho do lado.

O brasileiro é rápido em criticar os políticos, as religiões, as entidades sociais, Deus, o mundo, mas não nota que ele faz parte desse ciclo, e se nega olhar para trás para não enxergar uma calda comprida e grossa que assola sua capacidade de raciocinar e viver politicamente correto. Deixemos de ser fantoches e passemos a viver verdadeiramente esse espetáculo real que Deus nos proporcionou. Ouça mais, leia mais, converse mais, sorria mais! Seja gentil e cidadão crítico. Não caminhe na direção do precipicio.