Vereadores inspecionam Residencial Agreste e constatam inúmeras irregularidades

  • Blog Roberto Gonçalves
  • 17/04/2015 05:45
  • Política

Uma comissão formada por oito vereadores arapiraquenses realizou, na manhã desta quinta-feira (16), uma visita de inspeção ao Residencial Agreste localizado na antiga fazenda Sementeira próximo ao Campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em Arapiraca.

Inaugurado pela prefeita Célia Rocha (PTB) e o então ministro das Cidades Gilberto Occhi em 27 de outubro de 2014, o conjunto apresenta uma série de irregularidades com foco nas invasões e depredação dos imóveis.

De acordo com o projeto, cada moradia tem orçamento estimando em R$ 48 mil e prestação referente a 5% da renda limitada a R$ 25,00 durante 120 meses. Foram investidos no empreendimento Residencial Agreste mais de R$ 47 milhões com o objetivo de beneficiar mais de 3.900 pessoas. As residências foram construídas pela Contrato Engenharia.

Foram constatadas no local inúmeras invasões e depredação dos imóveis. Segundo relato dos moradores, os roubos de portas, vasos sanitários e pias ocorrem durante o dia. Os danos ocorrem nas residências que não foram ocupadas pelas pessoas sorteadas que tiveram prazo de 30 dias para ocuparem os imóveis e não ocuparam. De acordo com relatos de moradores, alguns imóveis foram vendidos a preços que variam de três a oito mil reais.

O morador identificado como Cícero Magalhães, residente na Quadra Q, em uma casa que invadiu há oito meses, “muita gente foi contemplado com as casas e nunca apareceram para morar”. As maiores reclamações estão relacionadas aos critérios utilizados pela Prefeitura de Arapiraca para a entrega dos imóveis. Os moradores denunciam que alguns dos contemplados possuem imóveis em outros conjuntos residenciais.

Uma das denúncias graves constatadas pela comissão de vereadores é de que pessoas estariam mantendo contatos com os invasores fazendo propostas para regularizar o imóvel junto a Prefeitura de Arapiraca. A maioria de casas depredadas são as destinadas aos deficientes físicos demonstrando que foram disponibilizados um grande número de imóveis para essas pessoas e não ocorreu a demanda, carecendo de uma redimensionamento.

As maiores reclamações

O maior volume de reclamações dos moradores do residencial Agreste está relacionado a falta de água. De acordo com informações dos moradores a caixa construída para atender o conjunto nunca foi abastecida pela Casal. O conjunto não dispõe de creche, escola e posto de saúde. A iluminação pública é deficiente e falta segurança pública. Os moradores reclamam da necessidade da realização de rondas durante o dia e principalmente no período noturno. Algumas calçadas do conjunto estão danificadas. 

Para manter a segurança dos móveis os moradores pagam segurança particular de uma empresa que cobra R$ 20,00 por morador. Um policial aposentado que é o responsável por essa segurança assegurou que mantém dois vigilantes no horário noturno que realizam rondas motorizadas. A coleta do lixo é realizada duas vezes por semana pela empresa Limpel e o conjunto dispõe de uma linha de ônibus da empresa Real Arapiraca.   

Audiência pública

Após a visita de inspeção e ouvirem moradores, os vereadores irão realizar uma audiência pública na Câmara Municipal com o objetivo de ouvir os integrantes dos órgãos responsáveis, no caso Caixa Econômica, secretario municipal de Ação Social, Ministério Público, comando do 3º Batalhão, Companhia de Água e Saneamento de Alagoas e comissão de moradores.

Os vereadores que participaram da visita de inspeção foram: Moisés Machado, Edvânio do Zé Baixinho, Ronald Vital Rios, Gilvânia Barros, Sergio do Sindicato, Graça Lisboa, Fabiano Leão e Josias Albuquerque.