Roubar é a regra

  • Redação
  • 06/09/2011 19:14
  • Blog do Firmino

Os últimos acontecimentos dando conta do desvio de dinheiro público nos Ministérios dos Transportes, Agricultura e Turismo, com a prisão de dezenas de pessoas, amplamente noticiados pela mídia, não surpreenderam a ninguém e foram recebidos com naturalidade pela população, o que é um indicativo considerado muito ruim, numa analise sobre a reação dos brasileiros diante da corrupção e do desrespeito generalizado à coisa pública nacional.
O rombo causado por esses marginais engravatados, com assento nas cadeiras mais importantes desses órgãos públicos federais, é de cerca de R$ 500 milhões, segundo noticias veiculadas pela imprensa brasileira. Não apenas pelo volume de dinheiro roubado, mas pelo desrespeito ao patrimônio publico, era de se esperar uma reação forte vinda da população, na medida em que para ela falta emprego, saúde, educação, segurança publica e esperança de ter uma vida melhor.
Essa ação de descontrole generalizado, de falta de respeito ao erário e de apropriação descarada de bens públicos, não é privilegio apenas do Poder Executivo federal e nem tampouco acontece somente nesses três Ministérios. Não, isso acontece em todos os níveis de Governo e hierarquias funcionais e envolve praticamente membros de todos os partidos políticos nacionais.
Sabemos que o saque criminoso aos cofres públicos, geralmente praticado por servidores de todas as hierarquias, sempre foi uma pratica comum na Republica brasileira. Entretanto, essa “praga” evoluiu de forma tal que hoje é tarefa difícil encontrar um órgão público onde não se tenha que pagar propina para se ter as coisas “facilitadas”, mesmo que essas coisas sejam absolutamente legais.
Entendo que a parte pior de tudo isso está na proliferação do banditismo pelo o Brasil inteiro, pois enquanto se rouba milhões na Esplanada dos Ministérios em Brasília, a população é também roubada nas grandes, pequenas e medias cidades brasileiras. Enfim, é o resultado do desmando político, da falta de compromisso dos eleitos para com o povo e o patrimônio publico, é a escassez e a fragilidade de caráter, é a certeza da impunidade e a completa falta de vergonha.
A preocupação do brasileiro comum, do homem trabalhador e honesto, do cidadão e da cidadã que quer apenas ter um País onde possa viver em paz e trabalhar honestamente para ter uma vida digna, certamente aumenta na medida em que ele nem bem terminou de aplaudir a atuação exemplar da Policia Federal, na prisão dos gatunos ministeriais, levantaram-se vozes fortes em suas defesas, condenando-se os policiais por terem algemado esses foras da lei.
A legislação Penal, Processual Penal e das Execuções Penais brasileiras já são ferramentas que em geral beneficiam o criminoso, tornando muito difícil mantê-los presos pelos incontáveis e violentos crimines praticados. Não bastassem essas leis, a bandidagem do “colarinho branco”, é bem verdade, ainda tem em seu favor importantes autoridades que entendem ser, as suas prisões, abuso de poder, principalmente quando são conduzidos algemados para a cadeia.
A conclusão que se chega, diante dessa situação e da realidade vivida atualmente em relação ao crime no Brasil, é a de que os ladrões estão assentados em todos os lugares da estrutura do Estado brasileiro, roubando e deixando roubar, sempre vigilantes para que não sejam eles flagrados e, eventualmente, punidos pelas ações criminosas praticadas. Isto significa dizer que neste nosso País verde e amarelo roubar é a regra geral, porque aqui o crime compensa.
Como se vê, está quase tudo perdido. Portanto, não é hora de se está de braços cruzados assistindo a bandalheira prosperar. É hora de acordar, de pintar a cara, de ir as ruas defender a dignidade, a coisa publica. É hora de defender o Brasil da ação criminosa dos marginais engravatados e comuns, “pés de chinelos” ou milionários e poderosos. O Brasil é dos brasileiros honestos e trabalhadores e não se deve permitir, passivamente, que essa bandidagem tome conta do nosso País.