Vereadores retiram item do PCC e servidores fazem "greve"
- Redação
- 06/07/2011 01:09
- Política
Uma “quase” sessão que com certeza ficará na história da Câmara Municipal de Arapiraca. Assim foi a apreensiva e tensa noite no legislativo municipal, onde aconteceria a última sessão antes do recesso parlamentar. Discussões, gritos, choros, o que não faltou foram lamentações e reclamações por parte dos servidores e dos vereadores.
A confusão começou quando os servidores da casa foram informados que o Projeto do Plano de Cargo e Carreira seria colocado em votação, mas com um item sem constar, que é o de inclusão no PCC todos os funcionários com nível superior. A decisão da exclusão do parágrafo no projeto foi tomada por unanimidade durante uma reunião com todos os vereadores no período da tarde.
Após a descoberta da exclusão do item, os servidores que trabalham diretamente no plenário resolveram entrar em “greve”, ou seja, deixaram de participar dos trabalhos, o que impossibilitaria a realização da sessão. E com isso, o presidente da Câmara, o vereador Adalberto Saturnino (PMDB) abriu e imediatamente encerrou a sessão por não ter funcionários para auxiliar nas ações.
A partir daí a confusão começou. Várias servidoras que estavam no auditório começaram a chorar e reclamar dos vereadores. “Isso é um absurdo. A gente se mata de trabalhar e acontece isso. Não é possível. Só sugam a nossa energia. Somos nós que colocamos vocês aqui, merecemos respeito”, desabafou uma servidora.
Culpa é do presidente
Surge em cena o vereador Móises Machado (PMDB). O parlamentar se aproxima dos funcionários e reclama do presidente em voz alta. “Essas coisas acontecem porque o presidente não sabe de nada. Hoje à tarde, saímos daqui certo que aprovaríamos esse projeto. Inaceitável o que esse presidente está fazendo. A comissão fez a parte dela, o problema está ai (apontando para Adalberto Saturnino)”, disse.
Sessão só após entendimento
O próprio presidente da Associação dos Servidores da Câmara de Arapiraca, Josivaldo Rodrigues, não sabia o real motivo do projeto não ter sido votado. A reportagem do Minuto Arapiraca falou com o presidente Adalberto Saturnino. “Só teremos sessão até que se consiga um acordo entre vereadores e os trabalhadores da casa. O motivo só a Ascama pode dizer”, destacou Saturnino.
Apenas sete na área de formação
A folha salarial da Câmara Municipal de Arapiraca passará de R$96 mil para R$139 mil com a aprovação do PCC. O reajuste atinge cerca de 30%. Entre os servidores, existem 25 que possuem nível superior, mas apenas sete exercem cargos na câmara referentes à área do seu diploma.
“Antes tínhamos uma espécie de gratificação. Só participa do nível superior do PCC quem trabalhar numa área de co-relação com a formação. Temos alguns servidores que tem isso. O que não podemos admitir é que uma pessoa que seja formada numa área que não tenha haver com a câmara receba essa contribuição”, explicou o vereador Daniel Rocha (PTB), vice-presidente da Mesa Diretora.
Nesta quarta
Os ânimos se acalmaram numa reunião em que estavam os vereadores. Uma nova sessão foi marcada para noite desta quarta-feira (06), onde deverá ser aprovado além do PCC, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para só assim os parlamentares entrarem em recesso.
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