O Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público Estadual apresentou nesta segunda-feira o resultado da operação realizada na semana passada, em Traipu. A ação aconteceu, conjuntamente, à Operação Tabanga, que prendeu cinco pessoas, e buscava também a prisão do prefeito Marcos Santos – foragido da Justiça Federal. O objetivo do Gecoc era coletar documentos referentes a eventuais desvios de verbas públicas, bem como a desarticulação do grupo criminoso que começava a atuar na região do Baixo São Francisco com a proteção do prefeito. Foram apreendidas 18 armas de fogo, muita munição, cartões do Programa Bolsa Família, cartões de benefício da Previdência Social, animais silvestres, além de dinheiro em espécie. Força Nacional e Batalhão de Operações Especiais executaram as ordens judiciais.

Segundo o promotor Luiz Vasconcelos, coordenador do Gecoc, uma quadrilha com a presença de elementos vindos do Rio de Janeiro e São Paulo se infiltrou no município, recebendo inclusive apoio político, e começou a praticar crimes na região. As informações apontam que o bando estava praticando desde o tráfico de animais, passando por assaltos e até homicídios que agora serão investigados. As armas foram apreendidas com um elemento com ligação próxima a autoridades municipais. Os cartões recolhidos durante a operação também apontam para a prática de agiotagem, explicou o promotor.

A Tabanga – feita em parceria do Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União, Polícia Federal, Força Nacional e Bope – conseguiu o afastamento e indisponibilidade (e/ou sequestro) de bens do prefeito de Traipu, Marcos Santos, da primeira-dama Juliana Kummer de parte do secretariado do município por envolvimento em um esquema milionário de desvio verbas federais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).