“Não é porque cometeram crimes que os presos devem ser tratados como bichos”

  • Redação
  • 06/09/2011 06:29
  • Polícia
Igor Castro
Juiz Giovanni Jatubá
Juiz Giovanni Jatubá

“Não é porque cometeram crimes que devem ser tratados como bichos”. A afirmação sobre o presídio Desembargador Luiz de Oliveira de Souza, em Arapiraca, partiu do juiz Giovanni Jatubá, responsável pela 4ª Vara da Fazenda Pública de Arapiraca, em entrevista ao programa Comando Geral da Rádio Novo Nordeste.

O juiz explicou os procedimentos que serão feitos com a interdição do presídio por seis meses. Segundo o magistrado, os presos passarão a ficar em regime semi-aberto até ser construído um novo local para que eles possam ser colocados. Cerca de 30 presos estavam no presídio.

A decisão da interdição foi decretada acatando pedido de liminar em ação civil pública feita pela Defensoria Pública, sob pena de multa diária no valor de R$1 mil caso o Estado de Alagoas venha a descumpri-la.

“Os presos estavam acomodados num local que mais parece uma garagem. O alambrado era totalmente aberto, só um vaso sanitário era usado para todos os presos e o chuveiro é um buraco na parede. A parte de lavanderia e visita intima também são usadas como espaços para os presos e as celas estavam sendo divididas com lençóis”, contou.

Os presos em regime fechado, ou seja, não tem direito de sair para nenhum lugar. Com o passar do tempo, depois de cumprir um terço da pena e bom comportamento, o regime passa a ser o semi-aberto, onde os reeducandos ficam em casa, mas não podem ir a bares, shows, e tem que comparecer num local determinado pela justiça.

“O presídio era para ter colônia agrícola, instalações industriais e cursos profissionalizantes., mas nada disso foi encontrado. Não são condições dignas para um presídio. Não é porque cometeram crimes que devem ser tratados como bichos. Esse novo regime será um período de prova”, concluiu.