Capitães da PM se dizem constrangidos devido a punições

  • Redação
  • 05/07/2011 23:54
  • Polícia

Oficiais da Polícia Militar de Alagoas seguem descontentes com o que afirmam considerar ser uma injustiça frente ao trabalho que já desempenharam junto à instituição. Isso porque, com a garantia de inocência em crimes imputados aos mesmos, os capitães Rocha Lima e Paulo Eugênio afirmam seguir na árdua tarefa de retomar o respeito que conquistaram junto à sociedade e que acabou tolhido ‘em virtude de acusações levianas’.

O capitão Rocha Lima, por exemplo, veio a ser inocentado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), em decisão unânime da Câmara Criminal, proferida em junho passado. Com a medida, que confirmou o posicionamento do Conselho de Justificação, o oficial se viu livre do processo de expulsão da PM, movido pelo comando da corporação em desfavor do militar.

Contudo, Rocha Lima ainda responde criminalmente por ter feito, segundo investigação policial, apologia à violência quando subcomandante do 2º Batalhão da PM, em União dos Palmares. À época, um homem identificado como Alan Costa Lima – que seria traficante de drogas – o acusou de agressão, um dos motivos pelos quais Rocha Lima passou a ser investigado, tendo sido preso em sua residência, em junho do ano passado.

“Cumpriram mandado de busca e apreensão na minha casa, mas nada encontram. Fui preso simplesmente porque um traficante daquela cidade depôs contra a minha pessoa, forjando uma história mirabolante com o objetivo de me prejudicar. E ele acabou conseguindo o que queria, que era me tirar daquela região, onde tinha muito serviço prestado. O povo de União dos Palmares sabe de quem estou falando”, comenta o oficial, ainda revoltado com o que ele garante ter sido uma denúncia caluniosa.

“Este indivíduo permanece no programa de proteção à testemunha como se fosse um cidadão de bem. O passado e o presente desse cidadão são capazes de enojar qualquer um. Trata-se de uma pessoa sem a mínima credibilidade. O constrangimento é muito grande e hoje me sinto um policial frustrado. Minha imagem segue desgastada, enquanto que um traficante, protegido. E como pode um traficante causar tanto prejuízo a um oficial que tanto lutou contra a criminalidade? Quem vai pagar por isso?”, indaga o capitão, acrescentando acreditar que ‘a verdade já começa a aparecer com o passar do tempo’.

Na opinião de outros militares – que preferem não se identificar por temerem algum tipo de represália –, o Conselho Estadual de Segurança Pública – alvo de severas críticas durante sessões plenárias da Assembleia Legislativa de Alagoas, sobretudo pelo deputado Jeferson Moraes (DEM) – deveria rever a situação envolvendo o citado ‘traficante’.

Já no caso envolvendo o capitão PM Paulo Eugênio – que teve seu nome envolvido na chamada ‘Chacina do Benedito Bentes’. Em agosto de 2010, quatro jovens foram numa área verde localizada no Conjunto Cidade Sorriso II, entre o bairro da Serraria e o complexo Benedito Bentes, na parte alta de Maceió. Eugênio também alega sofrer constrangimento até os dias atuais, afirmando, porém, ainda confiar na Justiça alagoana.

“Não há nenhuma prova capaz de me incriminar”, ressalta o capitão Paulo Eugênio, lembrando a megaoperação desencadeada no sentido de prender os acusados, ‘mesmo sem provas suficientes’. “A Delegacia de Homicídios ainda não concluiu o inquérito com os reais responsáveis pelo crime que chocou a população devido aos seus requintes de crueldade”, emenda o oficial.

Mês passado, um site de notícias local veiculou reportagem dando conta de que a delegada Scheila Carvalho ganhou novos rumos, de modo que o envolvimento do citado capitão estaria descartado. Ela afirmara que o oficial acabou preso devido à denúncia que, no entanto, não teria se confirmado, motivo pelo qual o capitão Eugênio somente será novamente citado no processo – ainda segundo a autoridade policial – caso surjam provas contundentes.