Operação CID-F: Prejuízos com fraude no INSS chega a R$ 12 milhões, diz Polícia Federal

  • Redação
  • 14/06/2011 07:11
  • Polícia

Cumprindo mandados de busca e apreensão e prisão expedidos pela Justiça de Alagoas, através do juiz André Maia Tobias Granja, da 1ª Vara Federal, agentes da Polícia Federal (PF) deflagraram na manhã desta terça-feira (14) uma operação para combater fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

A operação, que recebeu o nome CID-F (Classificação Internacional de Doença) – que é a nomenclatura do código usado pelos médicos para descrever no prontuário de licença qual a doença do paciente – é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e Justiça Federal e é comandada pelo delegado federal, Alexandre Borges.

De acordo com a Polícia Federal, ao todo foram cumpridos 8 mandados de prisão preventiva, 16 de prisão temporária, 4 de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar esclarecidos contra sua vontade) e 25 de busca e apreensão.

A quadrilha vinha atuando na fraude a pelo menos três anos, o que gerou um prejuízo ao INSS de cerca de R$ 12 milhões. A fraude ocorria para concessão de benefícios pagos pelo órgão, como auxílio doença e aposentadoria por invalidez, e envolve médicos-peritos, contadores e servidores do INSS em Alagoas.

Até o momento, pelo menos quinze pessoas, entre médicos e funcionários do órgão em Alagoas, foram detidas. O CadaMinuto confirmou junto, ao advogado José Costa, que o médico-perito Gilberto Costa é um dos presos na operação. A movimentação de advogados é grande na sede da Polícia Federal, no bairro do Jaraguá, em Maceió.

Outro médico-perito, identificado como Gilberto Freitas, além do funcionário do INSS, Paulo Roberto Caetano, e os comerciantes Ana Dayse de Oliveira, José Laércio Lira, Maria Luciana da Silva e Michele Maria da Silva foram encaminhados à sede do órgão.

Além dos médicos-peritos, pessoas que receberam o beneficio e, são acusadas de participação na fraude, de acordo com a PF, também foram presas. Inclusive Paranhos, um ex-jogador de futebol, também foi ‘convidado’ à PF para prestar alguns esclarecimentos, por conta de um benefício recebido, mas já foi liberado. Donos de cartórios de contabilidade estão entre os detidos na operação, que contou com o trabalho de pelo menos 30 equipes.

O gerente do INSS em Alagoas, Edgar Barros, chegou à sede do órgão para acompanhar a operação e saber mais informações sobre a ação. A superintendência da Polícia Federal confirmou para às 15 horas de hoje uma coletiva onde passará para a imprensa todos os detalhes da Operação.

Os crimes atribuidos aos envolvidos são de estelionato qualifcado, formações de quadrilha, corrupção ativa e passiva, uso de documento falso, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações e crime de falsa perícia. Em nota, a Polícia Federal afirmou que os envolvidos podem pegar até 40 anos de prisão, após soma de todas as penas.