Anquilose - saiba do que se trata essa patologia

  • Redação
  • 10/10/2011 20:45
  • Saúde Bucal
Hélder Rafael / G1 MS

A Anquilose é a diminuição ou perda da movimentação parcial ou total de uma articulação, resultante de uma lesão ou doença. A rigidez ocorre das estruturas musculares ou tendinosas fora da articulação ou da própria articulação. Na Odontologia é a fixação rígida ou semi-rígida que pode ocorrer entre dentes e ossos ou na articulação tempormandibular.

A anquilose da ATM ( Articulação Temporo-Mandibular) ocorre pela junção, fusão do condilo mandibular com a base do crânio. Este processo causa alterações na anatomia, funções fisiologicas como mastigação, deglutição, fala e até no simples ato de abrir a boca. Ela pode ser classificada de acordo com o grau da patologia, sendo Tipo I, uma adesão fibro-óssea leve a moderada; em Tipo II, uma ponte óssea que parte do ramo até a base do crânio; em Tipo III, uma disposição medial do côndilo fraturado e formação de ponte óssea que parte do ramo ao arco zigomático e fossa articular e em Tipo IV, a arquitetura da ATM é totalmente substituída por grande massa óssea. Essa classificação foi definida atraves de exames radiograficos, e tomograficos, fundamentais para o diagnostico da anquilose.

A etiologia (causa) se dar por traumas ou infecções.

O tratamento dessa patologia é cirurgico, onde consiste na troca da massa anquilosada por uma material do proprio organismo( autogeno), ou por uma material que não é do proprio organismo(aloplastico).

Veja a matéria de um menino de seis anos em Mato Grosso do Sul. Fonte: G1

Um menino de 12 anos, que havia seis anos não conseguia abrir completamente a boca, foi operado na Santa Casa de Campo Grande na quinta-feira (6). Lucas Ortiz de Morais havia adquirido uma doença chamada anquilose, que torna rígida a articulação têmporo-mandibular. A mandíbula praticamente estava soldada ao crânio, segundo os dentistas que cuidaram do caso.

Como consequências, o menino tinha dificuldades na fala, alimentação e higienização, além de sofrer com o atrofiamento da musculatura bucal, maxilar e facial. A cirurgia contou com uma equipe multidisciplinar e foi chefiada pelo cirurgião dentista Everton Pancini. A operação durou cerca de três horas e foi bem-sucedida, de acordo com o especialista. Lucas terá alta no sábado (8).

O menino ficou internado no hospital por cerca de 30 dias e foi acompanhado pela mãe, Maria Aparecida de Morais, que também tem outros 11 filhos. Ela conta que a família vive na zona rural de Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande. O problema de Lucas apareceu gradualmente durante a infância. (Veja o vídeo ao lado do menino conversando após a cirurgia)

Quando o filho ficou com a mandíbula rígida, os pais tiveram dificuldades em atender adequadamente às necessidades do filho. "A alimentação era difícil porque tinha que ser tudo batido, batatinha, carne, essas coisas. Algumas comidas ele tinha que empurrar com o dedo, mas ele comia de tudo", relata Maria Aparecida.

Lucas ainda sentia dores no rosto quando falou à reportagem do G1, mas não demonstrou dificuldades para falar: disse torcer para o Corinthians e que o primeiro alimento que sentiu vontade de comer, após a cirurgia, era pipoca. O menino, que frequenta a 7º série do ensino fundamental, relata que seus colegas zombavam do problema dele. "Tiravam sarro de mim porque eu não podia chupar pirulito", conta.

Os dentistas que cuidaram de Lucas acreditam que a anquilose tenha se desenvolvido depois de alguma queda sofrida na infância. A doença pode ser congênita, mas na maioria dos casos é adquirida por traumas ou infecções. O próximo procedimento para a recuperação de Lucas será a fisioterapia.

A Santa Casa de Campo Grande pretende tornar-se referência em cirurgias na articulação têmporo-mandibular (ATM) na região Centro-Oeste. O cirurgião-dentista Carlos Alberto Novelli Assef, do Hospital Cema (SP), veio a Campo Grande para repassar novas técnicas aos profissionais da Santa Casa.