Pesquisadores arapiraquenses são premiados em evento realizado no Pará

  • Redação
  • 25/09/2012 09:58
  • Cidade

A pesquisa “Os diferentes métodos de utilização da folha da taioba para combater e eliminar as larvas do mosquito Aedes Aegypti”, da Escola Estadual Izaura Antônia de Lisboa, de Arapiraca, conquistou o terceiro lugar da categoria 'Exatas – Ensino Médio', na feira itinerante Movimento Científico do Norte-Nordeste (Mocinn), realizada entre os dias 17 e 23 de setembro deste ano no Pará.

O estudo foi desenvolvido por Afonso Pereira e Manoel Roberto de Souza, alunos do 3º ano do Ensino Médio da escola, sob a orientação da professora Nadja Souza. Durante o evento, os estudantes demonstraram todos os aspectos da pesquisa e conquistaram a média 9,7 na avaliação final.

De acordo com Nadja Souza, orientadora da pesquisa, a premiação é o reconhecimento de todo o trabalho, esforço e dedicação dos alunos. “Já esperávamos conseguir alguma premiação nesta mostra científica e ficamos felizes com o saldo positivo, já que isto é o resultado de muito incentivo e trabalho incessante de uma equipe. Nossa sensação é de dever cumprido”, colocou a orientadora.

Os alunos ficaram entusiasmados com a vitória e mostraram-se agradecidos com a oportunidade de representar Alagoas com um trabalho científico com alternativas sustentáveis para combater o mosquito da dengue.

“Isso mostra as coisas boas que Alagoas têm a apresentar ao Brasil. É um exemplo de que quando se quer algo e corre atrás pode-se ter bons resultados. Esta é a prova e com certeza será um incentivo para que novos estudantes queiram se integrar aos trabalhos científicos desenvolvidos pelas escolas públicas estaduais”, explicou Nadja Souza.

Destaque em outras mostras científicas
A ideia da pesquisa surgiu pela grande incidência de casos de dengue em Alagoas, especialmente no município de Arapiraca, onde os estudantes residem. O estudo também foi exposto em duas mostras científicas renomadas no âmbito nacional e internacional: a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada na Universidade de São Paulo (USP), e a Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia (Mostratec), em Novo Hamburgo (RS).

Na feira do Pará, além do estudo sobre o uso da folha da taioba, outras três pesquisas científicas representaram Alagoas. A escola Izaura Antônia de Lisboa levou os projetos sobre a utilização da erva Costus spiralis (Cana-de-Macaco) no tratamento de cólicas renais e a obtenção de corantes naturais azul e amarelo a partir dos frutos do jenipapo (esta última foi escolhida para ser apresentada no Fórum Científico Juvenil em Londres). Já a Escola Nossa Senhora da Conceição, em Lagoa da Canoa, apresentou a pesquisa sobre a obtenção do corante natural extraído das flores vermelhas do hibisco.

A Mocinn é uma feira itinerante realizada todos os anos em estados do Norte e do Nordeste do Brasil. O evento reúne trabalhos de estudantes dos estados dessas regiões e também de outras partes do Brasil.

Conheça um pouco da pesquisa
Com a folha da taioba, os estudantes desenvolveram um larvicida natural e de baixo custo. Durante os experimentos no laboratório foram utilizadas quatro folhas médias da taioba devidamente lavadas para obtenção de três tipos de extratos: extrato aquoso, extrato alcoólico e extrato aquoso aquecido a 45ºC.

As larvas vivas do mosquito Aedes aegypti foram adquiridas no Centro de Zoonoses de Arapiraca/AL e levadas para o laboratório de ciências da escola para serem separadas por fases (ovos, larvas e pupas).

Dando continuidade aos testes, as larvas dos mosquitos foram preparadas em soluções aquosas e solução alcoólica a 95%, sendo utilizada a parte aérea da taioba. Para cada tipo de extrato, foram utilizadas dez larvas vivas, postas em tubo de ensaio.

O experimento foi realizado com as três primeiras fases do mosquito Aedes aegypti, sendo medido o tempo para acontecer a morte de todas as larvas de cada extrato do tubo de ensaio. De acordo com as amostras de extrato alcoólica, ficou constatado que o produto encontrado mostrou sua eficiência, eliminando o mosquito em três minutos.

Após o resultado da pesquisa, os alunos partiram para a prática, identificando os focos de dengue nas dependências da escola e efetuando a aplicação do produto à base da folha da taioba. Eles conseguiram eliminar as larvas do mosquito, que inicialmente foram aplicadas em laboratório. O uso do produto foi feito por meio de pulverização nos focos dos mosquitos.