Advogado insinua "manobra" para eleger José Firmino presidente da OAB

  • Redação
  • 04/09/2012 06:05
  • Cidade
José Firmino e Omar Coelho
José Firmino e Omar Coelho

Na noite de ontem, dia 03, a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, teve uma reunião de conselho extremamente tensa e bem com as cores eleitorais. Em pauta, a eleição indireta - prevista no artigo 50 do Regulamento Geral - para o presidente da subsecção da OAB/Arapiraca. Dois nomes estavam sendo debatidos nos bastidores: o advogado Wesley Souza e o conselheiro e presidente da Comissão de Combate à Corrupção Eleitoral, José Firmino.

O placar foi apertado: 16 a 15. Mas, pela maioria dos votos dos conselheiros, José Firmino se sagrou presidente, pelo menos até as novas eleições em novembro. Firmino ocupa a vaga deixada por Maurício Fernandes, que renunciou na semana passada. O embate foi tão ferrenho que foi acompanhado de perto por quatro conselheiros federais. Destes, Welton Roberto e Marcelo Brabo são candidatos no pleito.

Chegou a se falar em “manobra” para eleger Firmino no intuito do favorecimento ao atual grupo do presidente Omar Coêlho, que tem como candidata Rachel Cabús. Uma das principais críticas é a ligação de Firmino com o Conselho Seccional, estando em uma das cadeiras.

Isto foi posto por Welton Roberto, por exemplo: “imaginemos que o governador renuncia. Para seu lugar, a ALE elege um de seus deputados em eleições indiretas entre os pares. Na OAB é assim. Justo, não?. Os amigos de Arapiraca é que darão a devida resposta em eleições diretas, realmente democráticas e representativas. No mais, reafirmo que nada tenho contra o presidente biônico eleito de forma indireta. Desejo aos amigos em Arapiraca boa sorte e sucesso”. Welton Roberto defendeu que por impedimento ético conselheiros não participassem da eleição.

“A OAB não poderá reclamar dos deputados q elegem os seus pares para ocupar vagas no Tribunal de Contas do Estado. Ali, também é legal. Só isso”, frisa.

A forma como se deu o processo da escolha foi defendido pelo conselheiro Pedro Acioli Filho. De acordo com ele, não há o que se questionar porque se agiu dentro da legalidade e respaldado pelo Regulamente Geral. “A vontade dos advogados de Arapiraca era que o presidente (Maurício Fernandes) cumprisse o mandato, face renuncia, cumpriu-se o previsto no Estatuto e Regulamento”, sentenciou ainda.

Omar Coêlho - em conversa com este blogueiro - negou que a conotação eleitoral tenha tomado conta da decisão do conselho. De acordo com ele, “existe uma candidata do grupo em Arapiraca e esta nem participou do processo. Não quero manchar minha gestão com um ato destes. O Firmino foi eleito com o compromisso de não disputar o cargo. Ou seja, ele apenas concluiu o mandato que ficou vago por conta da renúncia do Maurício Fernandes”, colocou.

“Eu não quero misturar minha gestão com a eleição. Não mesmo”, finalizou ainda o atual presidente da Ordem.