Alagoas é destaque na produção e comercialização de flores tropicais

  • Redação
  • 07/10/2011 12:09
  • Cidade

A cadeia produtiva da floricultura no Brasil vem apresentando um crescimento contínuo de 15% ao ano, movimentando R$ 3,8 bilhões. Em Alagoas, o aumento da produção e da comercialização de flores e folhagens tropicais impulsionam os números de exportação e colocam o estado em evidência no ranking mundial do setor, vendendo de 40 a 50 mil hastes por mês.

A prática da floricultura em Alagoas é caracterizada pela produção e comercialização das flores tropicais vindas de propriedades rurais localizadas nos municípios de Rio Largo, Marechal Deodoro, Pilar, Santa Luzia do Norte, Atalaia, Viçosa, Pindoba, Murici, Matriz de Camaragibe, Novo Lino, Arapiraca e Maceió.

Além do solo e do clima privilegiado do estado, o aquecimento da economia, elevação do poder de compra e do nível de renda dos consumidores, o crescimento das vendas nos supermercados e a modernização da logística são destaques que também contribuem para o bom desempenho do setor.

Esse fortalecimento é o resultado das ações da Cooperativa dos Produtores e Exportadores de Plantas, Flores e Folhagens Tropicais de Alagoas (Comflora). criada por um grupo de 30 produtores em 2002. As ações, voltadas para o setor, são mais uma parceria entre o setor privado, o Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande) e o Sebrae/AL.

Pioneira nacional na organização do setor, a Comflora foi criada inicialmente com o intuito de comercializar flores para países da Europa. Segundo a presidente da cooperativa, Jussara Moreira, a iniciativa foi para suprir as demandas e estruturar a comercialização. “Foi necessário ampliar a produção para poder atender a demanda que, no momento, era em maior escala no exterior”, disse.

Para Jussara Moreira, a criação da cooperativa facilitou a inclusão dos produtores no mercado, colaborando para a comercialização dos produtos. “Um dos grandes problemas que a gente tinha era a venda das flores, porque produzir é fácil, mas comercializar o que produzimos não. E foi após a criação da cooperativa que facilitamos a comercialização para o mercado nacional e, principalmente, internacional”, exclamou.

A Comflora proporciona para seus cooperados, cursos e capacitações, em parceria com a Seplande e o Sebrae/AL, visando melhorar a qualidade dos produtos e gestão dos negócios. “Os empresários foram capacitados, por exemplo, para aprender técnicas de variedade de flores, adubação, produção de mudas e controles de pragas”, detalhou Jussara Moreira.

Padrão

De acordo com a presidente da Comflora, foram essas capacitações que fizeram com que o produto alagoano tivesse um diferencial e ganhasse destaque nacional e internacional. “O produto alagoano passou a ser referencial para os demais estados a ponto de ser considerado o padrão nacional de qualidade”, destacou.

O padrão de qualidade fez crescer ainda mais o mercado, dentro e fora do país. As flores tropicais de Alagoas são vendidas para países europeus, dentre eles: Holanda, França, Portugal e Suíça.

Apesar das vendas internacionais terem sido o motivo para a criação da cooperativa, Jussara Moreira afirma que, após a crise mundial, as demandas nacionais superaram em número as exportações. “Recentemente, os maiores compradores das flores alagoanas se encontram no eixo centro-sul do país, com concentração maior em São Paulo e Minas Gerais”, contou.

Para aumentar os clientes internos, ou seja, em Alagoas, a Comflora passou a desenvolver o projeto Assinatura de Flores que, através de um contrato mensal, começou a fornecer flores para hotéis, restaurantes e lojas diariamente. “Essa ideia veio para atrair um maior número de compradores internos, o que hoje já representa 40% do nosso mercado”, explicou.

Emprego

A Comflora gera de 90 a 120 empregos diretos e comercializa 7.800 buquês por mês. Com a chegada da primavera, segundo Jussara Moreira, a expectativa é que esses números tripliquem. “Esta época do ano o clima fica mais favorável para a produção, o que eleva o número de flores, e consequentemente, o número de vendas”, apostou.

Decoração

Uma das áreas que mais consome as flores e folhagens tropicais de Alagoas é o mercado de eventos, desde casamentos até solenidades oficiais. “O aumento do número de seminários, palestras, simpósios na cidade e o surgimento de muitas empresas de decoração que trabalham em festas de formatura, aniversários, etc. impulsionaram também as vendas, criando mais um nicho de negócios a ser explorado”, revelou Jussara.

De acordo com Rodrigo Barbosa, decorador e prestador de serviços do Sebrae/AL, o uso das flores tropicais permite maior flexibilidade na hora de executar os arranjos, que passam a ter mais durabilidade e resistência, principalmente por conta do clima quente e úmido. Além disso, segundo ele, esse tipo de flor apresenta grande variedade de formas e cores.

“Eu utilizo principalmente em eventos e festas diurnas, por conta dessas características. Os ambientes geralmente ficam mais alegres, vibrantes. Eu também sou facilitador de oficinas onde faço demonstrações dos usos e da qualidade das flores e folhagens tropicais produzidas aqui mesmo em Alagoas”, conclui Rodrigo.