Acusação solicita áudio da CPI da Pedofilia realizada em Arapiraca

  • Redação
  • 02/08/2011 20:40
  • Cidade
Igor Castro
Juiz João Luiz de Azevedo Lessa
Juiz João Luiz de Azevedo Lessa

O terceiro dia de julgamento dos padres acusados de pedofilia em Arapiraca terminou com o depoimento do Padre Edilson Duarte. Nesta terça-feira (02), o juiz João Luiz de Azevedo Lessa, titular da 1ª Vara Judiciária da Infância e Juventude, onde acontece as audiências, ouviu também os monsenhores Raimundo Gomes e Luiz marques, além das últimas testemunhas de defesa e acusação.

O primeiro a ser ouvido nesta terça foi o advogado Daniel Fernandes como testemunha de defesa. Fernandes não quis falar com a imprensa, mas segundo o advogado dos padres, Edson Maia, ele confirmou o que já havia dito – que os ex-coroinhas extorquiram os sacerdotes.

Daniel Fernandes ficou conhecido após aparecer na reportagem exibida pelo Conexão Repórter do SBT como intermediário no pagamento de dinheiro para os ex-coroinhas. Eles chantagearam para que o padre pagasse uma certa quantia em dinheiro em troca do silêncio”, disse o advogado na época que o vídeo apareceu na mídia.

O segundo a ser ouvido foi o filho de Carmelita, Alterman Lima, que representa os ex-coroinhas e é suspeito de divulgar cópias do DVD por toda cidade. A última testemunha foi a delegada Barbara Arraes, que já havia prestado esclarecimentos no dia 22, mas foi convocada novamente. Ela encontrou cremes vaginais e garrafas de whisk durante inspeção na residência do monsenhor Luiz Marques.

Após todas as testemunhas de defesa e de acusação serem ouvidas, iniciou os depoimentos dos sacerdotes. O primeiro a falar foi Luiz Marques. O segundo sacerdote a depor foi Raimundo Gomes e o terceiro e último, o padre Edilson Duarte. Todos os três saíram rapidamente da sede da 1ª Vara Judiciária da Infância e Juventude e sem responder as perguntas da imprensa.

Áudio da CPI

O juiz João Luiz de Azevedo Lessa contou à imprensa que o próximo passo do julgamento será a diligencia solicitada pelo assistente de acusação. Ele pediu o áudio integral da audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia realizada no Fórum de Arapiraca. O prazo para que o áudio seja encaminhado a justiça alagoana é de dez dias.

Alegações

Após o envio do áudio da CPI, de acordo com o magistrado, será dado um prazo ao promotor de justiça, Alberto Tenório de Vieira, para que seja realizada a argumentação final. Depois, um novo prazo de três dias será dado para a alegação do assistente de acusação.

A defesa dos sacerdotes terá o prazo de 21 dias, sendo sete para cada acusado, para realizar sua argumentação. Só a partir daí, o juiz João Luiz de Azevedo Lessa terá também dez dias para anunciar a sentença, que segundo ele, será feita em uma coletiva com a imprensa.

“Estamos esperando apenas as diligencias requeridas pela acusação. Nesta quarta, o cartório enviará o oficio a CPI da Pedofilia no Senado Federal pedindo o áudio da audiência realizada em Arapiraca”, destacou o magistrado, contando ainda que todas as alegações das partes serão feitas em forma de memoriais.