Saúde estadual deve receber R$ 8 milhões do governo federal

  • Redação
  • 28/07/2011 08:55
  • Cidade

O governo federal poderá liberar até o final deste ano uma verba de R$ 8 milhões para equipar o Hospital Geral do Estado (HGE) e da Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca. A informação é do secretário de Estado da Saúde, Alexandre Toledo, que esteve em Brasília nesta quarta-feira (27), participando da 7ª Assembleia do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

Antes da reunião do Conass, Toledo esteve no Ministério da Saúde e recebeu a informação sobre os recursos durante encontro com Edson Pereira de Oliveira, assessor especial do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O secretário alagoano esclareceu que com a proximidade da finalização das obras de construção das duas unidades hospitalares, o dinheiro que será liberado pelo governo federal será utilizado para a compra de equipamentos.

Ainda durante o encontro, Toledo cobrou agilidade na liberação de recursos da ordem de R$ 28 milhões para recomposição de despesas de judicialização de medicamentos referentes ao período 2009/2010. O processo de judicialização de despesas na área da saúde refere-se à compra de medicamentos ordenada pela justiça para atender aos cidadãos doentes e que não encontram na rede pública os produtos necessários a seu tratamento de saúde. Com a decisão judicial, o governo é obrigado a comprar os medicamentos e atender o cidadão usando recursos próprios do orçamento estadual. Na avaliação do secretário, estes recursos também poderão ser restituídos ao Estado neste ano. A devolução dos recursos ainda está sob análise, mas Toledo explicou que já existe um acordo verbal e uma tendência positiva para que a decisão seja tomada em breve.

O secretário informou, também, que no dia 12 de agosto, Maceió deverá receber a visita de Elvécio Miranda Magalhães Júnior, secretário Nacional da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS). Ele vai ver de perto as dificuldades do setor na capital. Toledo negocia uma ampliação da visita, para que sejam visitadas outras cidades do Estado, permitindo uma melhor avaliação da saúde em Alagoas.

Álcool, crack e Atenção Básica

O crescimento do número de atendimentos no sistema de saúde pública, provocado por fatores como o uso de crack, o alcoolismo, a violência urbana e os acidentes de trânsito, tem gerado grande preocupação em todo o País. Alexandre Toledo avalia que a situação em Alagoas não foge à regra. Segundo ele, a crescente pressão sobre os atendimentos de emergência dificulta e piora o trabalho das equipes nas unidades de saúde do estado. O tema está entre os destaques da assembleia do Conass, que acontece até esta quinta-feira em Brasília.

Toledo destacou que é preciso buscar soluções para reduzir a pressão sobre o sistema de saúde estadual, definindo a questão da carga horária de trabalho das equipes do programa de Atenção Básica de Saúde e as formas de financiamento para o programa. Mas ele lembra que o problema afeta o Brasil como um todo e até mesmo no exterior o atendimento de saúde tem problemas. “Até o mundo desenvolvido está sendo atingido pelo crescimento deste tipo de atendimento”, afirma.

O secretário usa como exemplo o caso do atendimento aos usuários de drogas como o crack. Em sua avaliação, Alagoas sofre com uma carência muito grande de centros de acolhimento, gerando pressão nas unidades de emergência dos hospitais.

Outro caso que ele cita é o de pacientes com doenças crônicas, como o câncer, que são obrigados a buscar as emergências dos hospitais para aliviar as dores. “A melhoria do programa de Atenção Básica de Saúde poderia promover um atendimento domiciliar mais humano e desafogar o sistema e as equipes das unidades hospitalares”, destaca Toledo.