"A igreja não é feita destes homens, tem que ser punidos"
- Redação
- 08/07/2011 05:43
- Cidade
Com a proximidade do julgamento dos supostos casos de pedofilia envolvendo padres no município de Arapiraca, o Cadaminuto entrevistou Anderson Farias e Fabiano Ferreira, que foram vítimas do abuso sexual cometidospor trêspadres
Os dois sofriam abuso desde o 12 anos de idade e hoje estão com 22 anos. Anderson afirma que espera que a justiça seja feita e que os padres sejam punidos.
“A população e a igreja não merece essas pessoas de má conduta, ao fazer a denuncia, tiramos uma angústia do nosso coração. A igreja não é feita por esses homens e a minha crença continua a mesma”, desabafa.
Ao ser perguntado como se sentia diante dos abusos cometidos, ele diz: “é como um jogador de futebol que perdeu as pernas.”
Anderson disse que demorou a denunciar por conta das ameaças feitas pelos padres e porque tinha vergonha. “Eu tinha vergonha de contar isso para os meus pais, nós não estávamos preparados e não tínhamos provas, mas agora toda defesa deles não vai apagar o que eles fizeram”, acrescenta.
Ele falou ainda que não sabe como anda o processo canônico sobre o caso, mas enfatiza: “a igreja tem obrigação de se pronunciar e quanto mais demora esse processo, mais minha angustia aumenta. Essa é uma causa pública importante para toda sociedade”, conclui.
Já Fabiano declarou que espera que os réus sejam retirados do convívio social. “Eu tinha apenas 12 anos, era uma criança e não tinha experiência de vida, foi muito difícil ser abusado. Apesar de tudo estamos tentando nos reerguer e esse julgamento será um passo muito importante para que isso aconteça”, frisa.
Ao ser perguntado qual foi o sentimento quando o caso veio a público, Fabiano, responde: “Foi muito difícil, acho que a sociedade deveria ter se armado mais contra a pedofilia. O caso deve ser usado de uma forma didática para que isso não venha se repetir”, declara.
A vítima ainda afirma que nunca deixou de acreditar em Deus, mas que deixou de freqüentar a igreja católica. “eu não posso entrar em um lugar em que fui violentado por pessoas que usavam do poder que tinham”, desabafa.
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