Para a implantação do Polo Agroalimentar - centro tecnológico – nos municípios alagoanos de Arapiraca e Batalha, cuja inauguração está prevista para setembro de 2012, o governo do Estado estuda modelos de gestão no Brasil e no mundo. Em recente viagem a Portugal, semana passada, o secretário da Ciência, da Tecnologia e da Inovação, Eduardo Setton, coordenou a missão técnica que visitou e pesquisou os formatos implantados nos parques e centros tecnológicos desse país.

O Polo Agroalimentar é o primeiro grande projeto de ciência e tecnologia liderado pelo governo do Estado dos últimos anos e irá atuar diretamente no apoio e assistência técnica aos pequenos produtores agrícolas (mandioca, horticultura e fruticultura, além dos derivados do leite). Esse projeto está alinhado ao PPA – Plano Plurianual – pois atenderá algumas das dez áreas estratégicas do programa Alagoas Tem Pressa!

O secretário Eduardo Setton explica que o Polo Agroalimentar é parte do projeto maior do governo, ou seja o Parque Tecnológico e Social de Alagoas. A construção do Polo é, na verdade, o início da implantação do Parque que terá outros centros de áreas específicas como a do plástico/polímero e da tecnologia da informação (Cais Tecnológico).

“O governador determinou que a Secretaria da Ciência, da Tecnologia e da Inovação estude estratégias e modelo de gestão adotados nos centros e parques tecnológicos de sucesso no Brasil e no exterior, visando sua sustentabilidade, para evitar que o Estado de Alagoas cometa os mesmo erros de outros estados”, destacou o secretário.

Portugal - Em Portugal, além do secretário e de dois técnicos da Secretaria da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti), a comitiva teve representantes do ensino superior e tecnológico – Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), do setor produtivo – Sebrae Alagoas e Federação das Indústrias de Alagoas (Fiea/IEL).

No primeiro dia de trabalho de pesquisa, os gestores alagoanos conheceram a metodologia de gestão da UPTEC – Centro Tecnológico da Universidade do Porto. Essa instituição já tem convênios em parceria com universidades do Estado de Alagoas com a integração dos estudantes alagoanos na Universidade do Porto, enviados a Portugal há algum tempo, com resultados positivos, a exemplo da participação no Clube do Empreendedorismo.

A comitiva conheceu ainda o Citeve – Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugual – onde são desenvolvidas novas tecnologias para agregar valor em diferentes produtos, prestando serviços às empresas do setor têxtil, do vestuário e do agroalimentar. A superintendente da Secti, Janesmar Cavalcanti, verificou o modelo do Citeve com significativa possibilidade de atender a necessidade do Polo de Alagoas, onde as universidades contribuem diretamente com as ações.

O Citeve, visitada no segundo dia de programação da comitiva alagoana, é uma instituição de referência nacional e europeia para a promoção da Inovação e Desenvolvimento Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário. Há duas décadas a instituição exerce a missão de apoiar o desenvolvimento das capacidades técnicas e tecnológicas das indústrias – têxtil, vestuário e agroalimentar – por meio do fomento e da difusão da inovação, da promoção, da melhoria, da qualidade e do suporte instrumental à definição de políticas industriais para o setor.

Também fez parte do roteiro da comitiva, conhecer a experiência do premiado Instituto Pedro Nunes (IPN), na cidade de Coimbra. A IPN Incubadora alcançou o primeiro lugar no concurso mundial "Best Science Based Incubator", tornando-se a melhor Incubadora de Base Tecnológica do mundo. Com a intenção de continuar o processo de aproximar experiências, ficou definida a vinda ao Brasil da diretora-presidente do Instituto Pedro Nunes (IPN), e ex-reitora da universidade de Coimbra, Teresa Mendes, como forma de avaliar in loco o sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação local.

Outra proposta garantida é que a escolha do modelo de gestão do Polo / Parque Tecnológico e Social de Alagoas deve acompanhar o cotidiano da funcionalidade do sistema identificada especialmente no IPN, a integração entre as empresas incubadas e as universidades – Porto, Coimbra, Aveiro, entre outras.

Janesmar evidenciou o bom proveito da missão alagoana nesse momento em que “o Brasil está na moda e desperta o interesse estrangeiro para vender a imagem positiva de Alagoas”. Outro fator contribuinte para a eficácia dessa integração, defende a superintendente, é a similaridade histórica entre o Brasil e Portugal que facilita o processo de avaliação de modelos de gestão para implantação do Polo Agroalimentar de Alagoas.

Na ocasião, o secretário Eduardo Setton defendeu e apresentou, em todas as instituições visitadas, que o estado de Alagoas possui atualmente grandes oportunidades de negócios e utilizou, como exemplo, os empreendimentos atraídos pelo Estado nos últimos quatro anos. “O cenário reflete o fato de Alagoas ser um berço de oportunidades”.