Sargento paga R$ 12 mil a advogado particular

  • Redação
  • 03/05/2011 13:37
  • Cidade

Foram apenas quatro dias no cargo e um suposto desfalque de mais de R$ 20 mil realizado pela diretoria do sargento Alberto Santos na gestão da Caixa Beneficente da Polícia Militar de Alagoas. A prestação de contas foi feita na sexta-feira, 29, e nela constava um pagamento ao advogado Fernando Maciel que cuida dos assuntos particulares do sargento e de todos os seus processos que vem tramitando na justiça, principalmente relacionado a Campanha. Além disso, foi feito também uma “doação” de R$ 1.500,00 e gastos absurdos com alimentação e combustível. Do total apenas R$ 4 mil, em espécie, foram devolvidos.

O presidente do Conselho Deliberativo da Caixa Beneficente, Coronel Adroaldo Goulart classificou de imoral o pagamento feito ao advogado particular do Sargento Alberto. “Não há nenhuma justificativa para esse pagamento, uma vez que o advogado do sargento Alberto não prestou nenhum serviço a Associação, e, se caso fosse necessário teríamos o nosso setor jurídico que vem atuando junto aos processos fiscais e trabalhistas da Instituição, devidamente contratado a mais de 06 anos”, frisou.

De acordo com Coronel Adroaldo Goulart, a prestação de contas feita pelo sargento já foi entregue ao setor jurídico da Caixa Beneficente e até quarta-feira, 4, será avaliada e serão tomadas medidas cabíveis. “Vamos analisar toda a documentação e caso seja detectado ma fé iremos processá-lo civil e criminalmente, para que o dinheiro seja devolvido a Instituição e aplicado em favor dos nossos associados”, colocou.

Goulart disse também que será aberto um processo administrativo para que o sargento Alberto seja submetido a julgamento de conduta, podendo inclusive ser excluído do quadro de associados se comprovado ato que desabone o pundonor militar. “Não temos nada de pessoal contra ele, apenas vamos fazer valer o estatuto respeitando o nosso associado que vem lutando para ter melhor atendimento e não ser ludibriado por quem quer que seja” observou.

O dinheiro, segundo o presidente do Conselho Deliberativo foi de um saque da conta da Caixa no valor de R$ 9.000,00 e do Colégio Floriano Peixoto de R$ 12.700 que fazia parte do pagamento dos professores.

Para a nova diretoria da Caixa Beneficente, que assumiu no último dia 28, o pagamento feito pelo sargento Alberto Santos ao seu advogado particular é, no mínimo, duvidoso e imoral.

“Não houve nenhuma prestação de serviços para justificar esse pagamento, além disso, esses recursos deveriam ter sido destinados ao pagamento dos professores e ao laboratório que estava praticamente sem material para realizar exames. Isso é muito grave e deve ser apurado com rigor, e a luz do código penal” ressaltou o Diretor Jurídico.

Sargento Alberto pode ter benefício suspenso

Confirmada a ma fé no decorrer do processo, o sargento Alberto Santos pode parar na prisão. Contra ele existe no Tribunal de Justiça um processo que tramita na 13ª Vara Criminal onde ele foi condenado a mais de dois anos de reclusão e está beneficiado, cumprindo pena em liberdade. Mas qualquer processo que desabone sua conduta ele poderá ter seu benefício suspenso imediatamente.