Amor pelas quadrilhas mobiliza arapiraquenses no São João Comunitário

  • Assessoria
  • 22/06/2022 09:57
  • Interior

Antes da apresentação nesta segunda-feira (20), Moisés Damasceno arruma o cabelo de uma integrante e reúne o grupo na área externa do Arraiá “Luar do Sertão”, no bairro Zélia Barbosa Rocha, para acertar os detalhes finais. Os momentos antes das palmas no palhoção exigem cuidado em cada detalhe.

Damasceno é presidente e coreógrafo da quadrilha junina Vale do Mandacaru, da comunidade Vale da Perucaba. O grupo é um dos muitos que se apresentam até o dia 26 de junho em diversos bairros de Arapiraca, no São João Comunitário, promovido pela Prefeitura de Arapiraca. O tema da quadrilha esse ano, “O desabrochar da flor do amor”, saiu da cabeça de Moisés.

Bastidores exigem

A preparação por trás dos trajes estilizados e coloridos é árdua e demanda um alto investimento. De tempo, dinheiro e paciência. Perfeccionista, Moisés diz que tem duas pessoas que costuram os trajes da festa, mas todas as peças e a finalização passam pelo crivo do presidente: “Se eu não gostar, mando fazer de novo”, brinca.

Com os olhos apaixonados e atentos, Moisés mostra com simpatia as roupas e explica de onde veio cada uma. Ele enche a mão para apresentar os tecidos e texturas que compõem as saias estufadas e coletes brilhantes.

“Gastei R$ 34 mil ao todo, vendi minha moto e peguei empréstimo. Só de costura foi R$ 9 mil reais. Eu faço porque eu gosto. O artista tem que se virar”, declara o presidente. Moisés conta com o incentivo financeiro da prefeitura, alguns custos são bancados pelo próprio bolso.

Ansiedade a mil

A moça que teve o cabelo ajeitado por Moisés é a Maria Isabelle, de 19 anos. É o primeiro ano de apresentações da jovem e o sentimento de alegria toma conta. “Estou muito enérgica, é aquela energia que contagia. Estávamos sentindo faltando demais do São João. É uma coisa que nos representa, uma festa do Nordeste. Fez muita falta nesses dois anos, por isso que a gente tá se entregando cada vez mais”, garante.

Os aplausos e elogios são o combustível que mantém em alta a energia da quadrilha no centro do palhoção. “O calor das pessoas quando a gente sai e alguém diz ‘Nossa, você arrasou’ é muito bom. Muito bom ver que todo o estresse que a gente passa e todo o perrengue por trás do figurino e do ‘dance’, que ninguém vê, mas acontece, depois é bom a gente ver os comentários e resultados positivos”, diz a integrante do grupo.

Ainda segundo Isabelle, a prefeitura tem sido parceira dos grupos juninos. “A prefeitura está sendo muito presente, sempre que a gente precisa de alguma coisa, eles nos ajudam. É incrível. Quando o nosso líder está buscando ajuda, eles estão sempre presentes”, afirma.

Nostalgia junina

Juliana Maria, moradora do bairro, dançou quadrilha e vivenciou o astral único que ronda as apresentações por muito tempo, mas precisou parar por um motivo besta: quebrou a perna e não voltou mais. Ainda assim, momentos como a noite de São João Comunitário despertam uma lembrança calorosa.

“Por mim, eu voltava no tempo. É uma maravilha, só em ver o pessoal dançando e todo mundo reunido, pra mim é uma prazer. Muita coisa boa aconteceu e espero que no próximo ano, a gente tenha a oportunidade de ter isso de novo”, diz.