Cícero Brito lança "Antropoceno" como obras feitas em plena pandemia

  • Assessoria
  • 21/12/2020 11:00
  • Roberto Gonçalves

O isolamento fez brotar no coração do artista plástico surrealista Cícero Brito o medo de todos nós morrermos em meio à ameaça silenciosa que nomeamos de “novo coronavírus”.
Talvez ela tenha a ver com outra, que se espraia diante de nossos olhos: a marca do ser humano nas areias da Terra, essa nossa Casa Flutuante.

O planeta água está sofrendo as consequências da ação do homem e parece inaugurar uma nova era, a qual os especialistas vêm chamando de “Antropoceno”.

É este, portanto, o nome da nova exposição de Cícero Brito, que se inaugura nesta próxima terça-feira (22) e segue até 15 de janeiro de 2021, no auditório da Casa da Cultura de Arapiraca, situada na Praça Luiz Pereira Lima, bairro do Centro, das 9h às 17h, sempre de segunda a sexta-feira.

Neste dia 22, o lançamento da mostra ocorrerá às 19h, com presença do artista no local e todos os protocolos de distanciamento e sanitização recomendados pelos órgãos governamentais.

O projeto, que nasceu do terreno fértil de sua mente em plena pandemia da COVID-19, foi contemplado pelo Edital de Ocupação dos Equipamentos Culturais de Arapiraca – Prêmio Paulo Lourenço, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude, da Prefeitura de Arapiraca.

São 20 obras vívidas que transitam pelo recente percurso de devastação do homem no globo.

“Durante esse momento delicado que estamos todos ainda vivenciando, refleti bastante sobre a nossa condição humana e o que estamos deixando enquanto rastros. Será que podemos apagar os nossos muitos passos em falso antes de uma catástrofe ainda maior? O ‘corona’ é reflexo desse caminho que estamos abrindo com uma retroescavadeira no seio do planeta. Temos que andar na Terra como se nossos pés abraçassem essa nossa mãe, que nos acolhe e nos dá de comer todos os dias”, diz Cícero Brito, que é também economista e servidor do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) campus Arapiraca.

Apesar do distanciamento, ele espera que as suas obras aproximem o público que visitar o local das nossas reais necessidades humanas: ver para além do consumo, enxergar horizontes com futuros possíveis para os que virão. E verão.