Nesta terça-feira (14), as estudantes do ensino médio Gleysse Taynar Gomes e Mikaelle Aryelle de Lima, da Escola Estadual Izaura Antonia de Lins, de Arapiraca, estarão embarcando para Londres, onde vão representar a região Nordeste no London Internacional Youth Science Forum, com a pesquisa “Extração de corantes naturais - amarelo e azul - dos frutos do jenipapo”.

As alunas tiveram sua pesquisa selecionada durante a Feira Brasileira de Ciência e Tecnologia, realizada na Universidade de São Paulo (USP), em março deste ano, onde obtiveram nota máxima. Por isto, estarão participando do Fórum Internacional em Londres, que acontecerá de 16 a 30 de agosto.

A descoberta, como explicam Gleysse e Mikaelle, se deu por acaso, já que inicialmente pesquisavam sobre as propriedades nutritivas e medicinais do fruto do jenipapo.No entanto, ao se aprofundarem no tema, descobriram que do fruto é possível extrair um corante com as tonalidades azul e amarelo, resistente, de baixo custo e sem risco de intoxicação.

Entusiasmadas com a escolha da pesquisa para representar Alagoas e o Nordeste, as alunas de Arapiraca dedicaram os últimos três meses a aperfeiçoar o inglês, já que será o idioma oficial para apresentar a pesquisa no evento. “Passada a euforia pela seleção, procuramos estudar ainda mais o inglês para fazer bonito no fórum internacional”, disse Mikaelle Lima.

A professora Nadja Alves, orientadora da pesquisa, destaca a capacidade e o empenho das duas alunas responsáveis pelo trabalho, e reconhece que a conquista alcançada é fruto de muita dedicação da dupla. “Nossa expectativa é de que as meninas tragam premiação do evento internacional”.

Segundo Nadja Alves, a pesquisa é pioneira no tingimento de tecidos e na variedade de cores. Segundo ela, foram utilizados três tipos de corante: azul, amarelo-ouro e amarelo-ocre. O experimento foi utilizado em tecidos brancos de algodão.

O sucesso da pesquisa foi de tamanha importância que uma artesã do município de Arapiraca já utilizou os corantes de Gleysse e Mikaelle em diversas peças como experiência e o sucesso foi garantido e comprovado. “Vamos levar duas peças feitas à base de algodão com o tingimento aplicado nas cores azul e amarelo, para exposição no evento”, conta Gleysse.

A expectativa das alunas arapiraquenses é de que, além da premiação no evento, o projeto possa despertar interesse em alguma empresa para investimento industrial e comercial. Mikalle e Gleysse também alimentam a esperança de serem contempladas com bolsas de estudo nas áreas de Engenharia Química, Civil ou Industrial.

“Essa vitória das duas alunas significa um momento único e especial para a direção, para os professores e estudantes que fazem parte da rede pública de ensino de Alagoas”, afirmou a diretora da Escola Estadual Izaura Lisboa, Rejane Rolim. Segundo ela, isso é fruto de um trabalho bem elaborado, aliado ao empenho e à determinação das alunas.