“Fomos jogados e abandonados pelo poder público”, diz líder comunitário

  • Redação
  • 14/07/2012 05:18
  • Saúde

Em entrevista concedida à equipe de reportagem do Minuto Arapiraca, o presidente da Associação dos Moradores do Conjunto Residencial Brisa do Lago, Givaldo Soares dos Santos, mostrou-se bastante preocupado com a escalada da violência que tomou conta daquela comunidade e, ao mesmo tempo, indignado com a falta de atenção do poder público.

Com cerca de 2 mil unidades habitacionais destinadas à pessoas de baixa renda, o conjunto tem apenas 9 meses de ocupação, mas um amplo destaque nas manchetes policiais dos veículos de comunicação arapiraquenses. Um dos casos que chamou a atenção, aconteceu no dia 9 de maio deste ano, quando um casal foi assassinado dentro da própria residência. Já na última terça-feira (10), a polícia desbaratou um desmanche de motocicletas que funcionava numa das casas do conjunto.

O líder comunitário disse ainda que as brigas entre vizinhos, violência doméstica, furtos, assaltos e arrombamentos são constantes no Brisa do Lago. “Fomos jogados aqui e abandonados pelo poder público. O medo impera entre as pessoas de bem, que são obrigadas a fecharem as portas assim que anoitece. A bandidagem está solta e agindo à vontade, aproveitando a ausência de um policiamento permanente e ostensivo”, frisou Givaldo.

Ainda de acordo com o líder comunitário, o uso de entorpecentes é feito abertamente e em plena luz do dia. “Alguns adolescentes fazem uso de drogas ilícitas a qualquer hora do dia ou da noite e não escolhem local. Aqui parece que virou uma espécie de terra sem lei. É constrangedor trazermos um visitante para nossas casas e nos depararmos com cenas desse tipo”, lamentou.

Já a moradora Adriana Cecília Cavalcante disse que na comunidade foi adotado o “toque de recolher” devido ao medo que tomou conta dos moradores durante a noite. “Recentemente, meu marido foi vítima de duas tentativas de assalto aqui dentro do conjunto. Só não levaram a moto, porque ele ameaçou botar por cima dos bandidos, que recuaram. Todas as noites fico com o coração na mão aguardando ele chegar”, disse, assustada, a dona-de-casa.

Segundo o líder comunitário Givaldo dos Santos, nos próximos dias os moradores irão confeccionar um abaixo-assinado, solicitando, em caráter de emergência, a construção de uma delegacia ou posto policial naquela comunidade. Após colhidas as assinaturas, o documento deverá ser entregue ao comandante do 3º Batalhão, Ministério Público e Câmara de Vereadores.