Um bilhete escrito a mão com a assinatura do auxiliar de necropsia, Eduardo Bittencourt, divulgado na manhã desta sexta-feira (17), pelo Instituto Médico Legal de Arapiraca, provocou revolta entre os membros da imprensa.

A mensagem trazia uma ordem da Secretária de Estado da Defesa Social (Seds), de que o IML da região do Agreste estaria proibido de divulgar o relatório diário de registro de óbitos e outros serviços. Segundo o recado, a determinação partiu do secretário coronel Dário César.

Com isso, informações sobre vítimas de acidentes, homicídio e outros, exames de corpo de delito, registros de óbitos de corpos sem identificação, nomes de vítimas de casos em geral não estarão mais sendo repassadas aos meios de comunicação.

A decisão pegou de surpresa a imprensa, que diariamente segue para o órgão onde recolhe todos os dados e repassa à população. O ato foi considerado autoritário e com o único objetivo de mascarar a realidade de Alagoas, quanto aos índices de violência, principalmente durante o período de Carnaval.

No entanto, de acordo com a assessoria de imprensa da Perícia Oficial, houve um problema de comunicação, já que a medida ocorrerá apenas durante a festa de Momo, de sábado do Zé Pereira até a quarta-feira de cinzas. “O que acontece é que organizamos uma escala de assessores que durante o carnaval estará recolhendo as informações sobre as ocorrências e tudo será divulgado no site da Defesa Social (www.defesasocial.al.gov.br), diariamente, a partir das 10h”.

A decisão teria sido tomada para facilitar a divulgação diária dos dados à imprensa durante o carnaval, já que normalmente às estatísticas do final de semana só chegam aos meios de comunicação nas segundas-feiras. “No site estarão todos os dados do IML, Polícia Civil e Polícia Militar, com as ocorrências em todos os municípios alagoanos, principalmente focando os locais onde existe uma grande concentração de pessoas”.

Ainda de acordo com a assessoria, em nenhum momento a Perícia Oficial ou a Secretaria de Defesa Social determinou a proibição dos dados, censurou ou cerceou o direito da imprensa de ter acesso aos números dos IML, seja ele de Maceió ou Arapiraca. "A Secretaria de Defesa Social criou uma escala extra entre os assessores do órgão para fazer ampla divulgação de todos os fatos relacionados à segurança pública de Alagoas durante todos os dias do carnaval", finalizou.