Rui Falcão é eleito presidente do PT e vai comandar o partido até 2013

  • Redação
  • 29/04/2011 14:11
  • Política

Depois de o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, ter oficializado a renúncia ao cargo por problemas de saúde, o Diretório Nacional da sigla aprovou, por unanimidade, nesta sexta-feira (29) a efetivação no cargo do vice-presidente Rui Falcão. Ele vai comandar o partido até 2013, quando deve ocorrer novo processo de eleições diretas para o comando da sigla.

Ligado ao PT paulista, Falcão já comandava o PT durante o período em que Dutra permaneceu licenciado das atividades para se tratar de um quadro de hipertensão crônica.

O novo presidente petista foi nome de consenso durante a reunião da chapa Partido que Muda o Brasil (PMB), composta pelas correntes Construindo um Novo Brasil, Novos Rumos e PT de Luta e de Massa.

Durante a reunião do Diretório Nacional, que começou na manhã desta sexta e só deve terminar no final da tarde de sábado, coube ao ex-deputado José Genoino a missão de apresentar o nome de Falcão à cúpula petista. “É um militante de larga experiência na militância de esquerda, que tem o compromisso do fortalecimento do PT”, afirmou Genoino.

A eleição de Falcão tornou-se praticamente certa desde que o atual líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), recusou a possibilidade de ocupar o cargo. Costa afirmou que tinha um compromisso com seu estado e que iria continuar senador para reestruturar a liderança petista na Casa.

Após ser eleito, Falcão disse que a escolha por unanimidade é uma “responsabilidade”. Ele citou em seu discurso os ex-presidentes do partido José Genoino, José Dirceu e Ricardo Berzoini, que participaram da votação, e também José Eduardo Dutra, que esteve na sede do PT em Brasília, mas deixou o local mais cedo, após anunciar sua renúncia.

Falcão afirmou que uma de suas tarefas à frente do partido será dar suporte ao governo Dilma Rousseff. “O país vai bem e nós queremos que ele vá ainda melhor. Nossa tarefa [na presidência do PT] é dar sustentação às mudanças iniciadas no governo do presidente Lula e que prosseguem no governo da presidente Dilma Rousseff”. Ele disse ainda que fará uma gestão democrática. “Nossa presidência será da direção coletiva do partido.”

Logo após confirmar a eleição de Falcão, o Diretório Nacional do PT paralisou a reunião para o almoço. Depois de cumprimentar os colegas, Falcão conversou com os jornalistas e rebateu os rumores de que seu nome teria sido preterido pela presidente Dilma Rousseff.

O novo presidente petista ainda negou que o ex-ministro José Dirceu tenha atuado para favorecer sua eleição: “Não há nenhuma incompatibilidade nossa com a presidente Dilma Rousseff. O companheiro José Dirceu em nenhum momento interferiu no processo eleitoral.”

Falcão evitou comentar a possível volta de Delúbio ao PT e disse que sua primeira missão no comando petista será promover a união da sigla. “Minha primeira missão é garantir a unidade do partido.”

Em relação ao suposto dossiê com informações da filha do ex-governador de São Paulo José Serra, que teria sido elaborado com o conhecimento do novo presidente petista, durante a campanha presidencial de 2010, Falcão também negou o episódio: “De nossa parte nunca existiu a produção de dossiês, a própria campanha mostrou que nunca existiu.”

Dutra

Ao deixar a presidência do PT, José Eduardo Dutra apresentou ao partido um documento assinado por médicas com as quais faz tratamento como forma de justificar sua decisão de abdicar do comando da sigla.

Assinada pelas médicas Maria Cristina Ayres e Sandra Fortes em 26 de abril, a declaração diz que o petista necessita de “mudança de estilo e hábitos de vida”.

“Quadro clínico e laboratorial necessita de mudança de estilo e hábitos de vida, com estruturação de rotina alimentar saudável e de atividades físicas aeróbicas regulares”, registra o texto.

Ao falar aos integrantes do diretório na manhã desta sexta (29), durante pouco mais de 20 minutos, Dutra afirmou que as especulações sobre a sua continuidade no comando do partido foram determinantes para a decisão de abdicar da presidência.

“Se vocês acompanharam, a minha primeira licença foi de 15 dias. Na véspera do 15º dia, já começaram a especular: 'volta, não volta, vai ficar três meses fora'. Não é justo com o PT, porque gera instabilidade, porque o partido tem tarefas urgentes na conjuntura política [eleições 2012], e ruim para mim porque essa indefinição gera estresse”, argumentou.