Rio permanece em estado de atenção por causa da chuva; moradores contabilizam prejuízos

  • Redação
  • 26/04/2011 08:21
  • Brasil/Mundo

Moradores do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense sofrem com as consequências do forte temporal que atingiu o Estado na segunda-feira (25) e nesta terça-feira (26). Muitos perderam móveis e utensílios por causa dos alagamentos. Alguns lugares estão sem luz.

A capital está em estado de atenção por conta do temporal e pode retornar ao estado de alerta, caso volte a chover forte nas próximas horas, de acordo com o Centro de Operações.

O sofá da empregada doméstica Patrícia da Mata Cruz e Silva, de 41 anos, que mora na rua M, em Saracuruna, Duque de Caxias, está boiando. Ela contou que está retirando a água que entrou em sua casa com baldes e panos de chão.

- O Rio transbordou e está tudo cheio de água. A rua toda está alagada. As casas estão cheias, transbordando. Estou tentando tirar a água desde cedo com balde e pano de chão. Entrou água no meu guarda-roupa e no meu rak. Meu sofá está boiando. Meu vizinho colocou minha geladeira em cima da cadeira e meu fogão em cima da mesa para não estragar. 

A chuva também atingiu a casa da promotora de eventos Ana Maria Santos, 39 anos, que mora na rua Francisco Eugênio, em São Cristóvão, na zona norte do Rio. Ela pede mais atenção às autoridades.

- Toda vez que chove, o rio Maracanã transborda, e isso aqui vira um mar. A minha vizinha está com água batendo no peito. Nós só pedimos para que as autoridades providenciem o trabalho de dragagem dos rios e a limpeza dos bueiros para evitar esta situação. Compramos tudo com tanta dificuldade e ninguém nos reembolsa quando isso acontece. Estamos esquecidos aqui.

Outra moradora da mesma rua, a dona de casa Matilde Costa Pinto, de 69 anos, disse que não recebeu socorro até o início desta manhã. 

- Alagou tudo, não tivemos socorro de ninguém. Não é a primeira vez que isso acontece. É uma calamidade. Não cheguei a perder móvel, mas meu guarda-roupa foi atingido. A vizinha ficou dentro d’água a noite toda.

A bancária Marize Araújo, 57 anos, moradora da rua Conde de Bonfim, na Tijuca, um dos bairros mais atingidos da cidade, está presa dentro de casa. Ela e os vizinhos do prédio número 219 não conseguem acessar o subsolo do edifício, pois está alagado.

- Tivemos danos nas bombas do prédio e não podemos acessar o subsolo. No quarto dos empregados, foi perdida uma geladeira. Não perdemos nenhum carro, pois o subsolo é somente uma área de acesso. Nós só queremos que os órgãos públicos competentes façam o que deve ser feito: limpar os bueiros e eliminar as caixas de águas pluviais que são direcionadas para as caixas de esgoto do prédio.

Ainda de acordo com Marize, alguns apartamentos estão sem luz, porque entrou água nos relógios de fornecimento de energia do prédio.

- A água entrou tb no PC de luz do prédio, ultrapassando a mureta que o protegia, e temos apartamentos sem luz. Rezamos para que a chuva não volte.

Corpo é arrastado na praça da Bandeira

O Corpo de Bombeiros informou na manhã desta terça-feira que resgatou um corpo na região da praça da Bandeira, zona norte, durante as chuvas que atingiram a cidade nesta madrugada.

Os bombeiros ainda não sabem informar se a vítima morreu afogada na enchente da noite desta segunda-feira (25). A prefeitura do Rio ainda não confirma esta morte.

Uma mulher foi atingida por uma descarga elétrica na rua Conde de Bonfim, na Tijuca. Ela foi socorrida por bombeiros e levada para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro.