Ministério: mortes por dengue caem 64% no 1° trimestre

  • Redação
  • 07/04/2011 03:38
  • Brasil/Mundo


Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira um balanço preliminar que aponta queda de 64% no total de mortos em decorrência da dengue em todo o País de primeiro de janeiro a 31 de março. De acordo com a pasta, foram registrados 95 óbitos no primeiro trimestre de 2011, contra 261 no mesmo período do ano passado.

Ainda segundo o levantamento, a maioria das mortes foi no Nordeste, com 32 registros - dos quais 20 no Ceará. No Sudeste, foram 27 mortes, sendo 19 no Rio de Janeiro, e no Norte, 20, das quais 12 no Amazonas. Em quarto lugar está a região Sul, com 10 mortes, todas no Paraná. Já no Centro-Oeste, foram seis óbitos, todos em Goiás. O ministério informou também que 123 mortes são suspeitas e permanecem em investigação.

No período, o ministério submeteu 3.187 amostras de sangue de pacientes com suspeita de dengue ao exame de isolamento viral, para identificar qual dos quatro tipos de vírus da dengue causou a doença. Ao todo, 610 (19,1%) deram positivo para a dengue, destes, 73,1% (446) apresentavam o sorotipo DENV-1, predominante no País. O sorotipo DENV-2 estava presente em 12,9% (79) das amostras positivas e o DENV-3, em 1,5% (9). O sorotipo DENV-4 foi encontrado em 12,4 % (76) das amostras positivas.

O tipo 4, que não circulava no País desde 1982, foi detectado nos seguintes Estados, durante o primeiro trimestre deste ano: Roraima (34), Amazonas (24), Pará (11), Bahia (2), Pernambuco (2), Rio de Janeiro (2) e Piauí (1). No início de abril, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou uma infecção de dengue tipo 4, mas o Ministério da Saúde ainda aguarda exame confirmatório.

Outras quedas
Os dados da pasta apontam também redução de 69% nos casos graves da doença e de 43% nas notificações de dengue clássica. No primeiro semestre de 2010, foram registradas 7.064 pessoas com a forma grave da doença, número que caiu para 2.208 no mesmo período deste ano. A região Sudeste é a que concentra mais casos graves, sendo a maioria deles no Rio de Janeiro.

Já a notificação de casos clássicos da doença caiu de 448.701 no primeiro trimestre de 2010 para 254.734 nos três primeiros meses deste ano. Segundo o ministério, 68% dos casos se concentram em sete Estados: Amazonas, Rio de Janeiro, Paraná, Acre, São Paulo, Minas Gerais e Ceará.

Resultados não devem "baixar a guarda", diz Padilha.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que as reduções não devem representar o fim da mobilização de gestores, profissionais de saúde e da população contra a doença. "Isso não é motivo para baixar a guarda. O mosquito da dengue consegue sobreviver em ambiente seco por mais de 300 dias, quase um ano. Por isso, cada um tem um pouquinho de responsabilidade. A participação da população é decisiva. Na região Sudeste, por exemplo, 90% dos focos do mosquito estão dentro da casa das pessoas", disse.

O ministério disse ainda que, no momento, todas as regiões apresentam tendência de queda nas notificações, com exceção do município do Rio de Janeiro. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Jarbas Barbosa, a transmissão da dengue, em geral, se concentra de janeiro a maio.

Sintomas e prevenção
Os quatro sorotipos virais da dengue são transmitidos da mesma maneira (pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti), produzem a mesma doença, têm sintomas idênticos e requerem os mesmos cuidados e tratamento. A identificação do sorotipo não muda os procedimentos médicos, informou o ministério.

Para a população, a recomendação é procurar o serviço de saúde mais próximo se surgirem os primeiros sintomas da doença: febre, dor de cabeça, dores nas articulações e no fundo dos olhos. É fundamental que o paciente não tome remédio por conta própria, pois isso pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico. Além disso, um medicamento inadequado pode contribuir para agravar o quadro do paciente, aumentando a chance de morte.