Entidades médicas nacionais esclarecem sobre paralisação de 7 de abril

  • Redação
  • 06/04/2011 12:27
  • Brasil/Mundo

Reunidos na sede da Associação Médica Brasileira nesta terça-feira, 5 de abril, representantes das três entidades médicas nacionais - Federação Nacional dos Médicos, Conselho Federal de Medicina e AMB - prestaram esclarecimentos à imprensa sobre os motivos que culminaram no movimento de paralisação dos médicos credenciados às operadoras de planos de saúde, que será realizado na próxima quinta-feira, dia 7.

"O que nos levou a essa mobilização é que o amor e o respeito que temos pelos nossos pacientes estão sendo diretamente prejudicados quando somos impedidos de solicitar certos procedimentos diagnósticos e medidas terapêuticas por questões de custos. A população está vulnerável", frisou Cid Carvalhaes, presidente da Fenam.

"Este movimento pretende colocar às claras a difícil relação que temos com os planos de saúde e, acima de tudo, visa proteger a população vinculada à saúde suplementar", disse Florentino Cardoso, diretor de Saúde Pública da AMB e representante do presidente da entidade, ao abrir a coletiva.

Florisval Meinão, 1º tesoureiro da AMB e coordenador da Comissão Nacional de Consolidação e Defesa da CBHPM, explicou que os reajustes de honorários dados aos médicos ao longo dos últimos dez anos estão abaixo dos índices da inflação, não possuem critérios e que, apesar de terem ocorrido várias reuniões com as operadoras, nenhuma proposta concreta foi alcançada. "Estamos fazendo um movimento de alerta à população, para que conheça os bastidores do nosso trabalho, e às operadoras, para que nos respeitem. Queremos que os contratos sejam revistos e que comecem a vigorar os critérios de reajuste periódico, conforme a Resolução n. 71 da ANS", disse Meinão.

Márcio Bichara, Secretário de Saúde Suplementar da FENAM, frisou que o movimento não é só reivindicatório, mas também tem preocupação com a qualidade de atendimento prestada aos pacientes. "Não pleiteamos nada além de uma relação honesta com os planos de saúde, de modo a não prejudicar o atendimento oferecido aos nossos pacientes", disse.

Já Aloísio Tibiriçá Miranda, vice-presidente do CFM, comentou as interferências que as operadoras de planos de saúde fazem no trabalho do médico. "Há glosas, solicitações de alta precoces, recusas em cobrir procedimentos que os usuários têm direito. É uma intervenção direta e antiética no nosso trabalho".

O deputado federal Eleuses Paiva, ex-presidente da AMB e atualmente vice-presidente da Frente Parlamentar da Saúde da Câmara, anunciou que convocará nesta quarta-feira, dia 06, uma audiência pública com todos os representantes do setor da saúde suplementar para avaliar a situação. "Uma vez que está sendo deflagrado um movimento nacional, o Congresso passa a ter preocupação com o desequilíbrio econômico e com a quebra de autonomia que tem recaído sobre os médicos", disse.

As entidades médicas esperam que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tenha ações mais incisivas no que tange a revisão dos contratos e a instituição de regras que regulamentem a relação entre os médicos e as operadoras.

Reivindicações
O movimento de mobilização do dia 7 de abril reivindica os seguintes pontos:
- reajustes dos honorários médicos, tendo como balizador os valores da CBHPM 2010
- regularização dos contratos conforme a Resolução ANS Nº 71/2004.
- aprovação de projeto de lei que contemple a relação entre médicos e planos de saúde.

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