Antes de ser executado, ex-vereador deixou nomes de supostos acusados

  • Redação
  • 06/04/2011 08:20
  • Interior
Palmeira 24horas/Cortesia
Corpo do ex-vereador Manoel Marques Luz.
Corpo do ex-vereador Manoel Marques Luz.

A Polícia Civil de Alagoas, continua sem nenhuma solução para o crime do ex-vereador por Palmeira dos Índios, Manoel Marques Luz assassinado há quatro meses, na porta de sua residência quando saia para uma propriedade, na Zona Rural do município. O medo fez a esposa e as duas filhas se esconderem da rotina do cotidiano. A vítima revelou nomes dos acusados dias antes de morrer.

Manoel Marques foi morto no bairro São Cristovão, em Palmeira, onde morava, com cinco disparos que chegou atingir a cabeça. A filha do ex-parlamentar, Laila Marques decidiu quebrar o silêncio e ajudar a polícia a desvendar o caso.

Com medo, a família deixou Palmeira dos Índios, e se mudou logo após ocorrer o sepultamento, para Maceió. “Amo Palmeira, mas tive que deixá-la por medo”, explicou Leila.

A filha contou que quatro dias antes do pai ser executado teve uma conversa com a esposa Gilda Marques. “Meu pai disse a minha mãe que qualquer coisa que acontecesse com ele, partiria de Ângela Garote e Paulinho do cartório. Até mesmo se fosse uma topada e se machucasse, os dois seriam suspeitos. Não estou acusando ninguém apenas quero apuração no caso”, revelou chorando Leila Marques.

Cobrando agilidade, Leila alegou que existiu incompetência por parte do delegado regional Sílvio Costa nas apurações, o primeiro a investigar o caso, posteriormente o caso foi designado aos delegados, Kelmann Vieira e Maurício Henrique. Atualmente o caso segue com o diretor da Polícia Civil, Marcilio Barenco, que não apresentou nada, até agora sobre o caso.

“Quero justiça e agilidade! Meu pai foi morto como um cachorro. Nem cachorro merece ser morto daquela forma. O interessante é que todos na cidade sabem de onde partiu o crime, mas ninguém foi preso”, contou Leila, esperando ver os acusados atrás das grades.

O CadaMinuto apurou que a ex-prefeita de Estrela de Alagoas, Ângela Garrote chegou ser ouvida, em Maceió pelo delegado Marcílio Barenco. A reportagem entrou em contato diversas vezes com Barenco, mas em nenhuma das ligações conseguiu falar com o delegado.

Manoel foi vereador entre os anos de 2000 e 2004 e era muito conhecido na cidade, durante sua legislatura ficou inimigo do então prefeito Albérico Cordeiro, morto no ano passado, em acidente automobilístico. Os embates com o ex-aliado invadiam as rádios de Palmeira dos Índios e até a Justiça onde os dois se processaram em diferentes momentos.

Polícia Civil

A assessoria da PC, em contato com o portal CadaMinuto, explicou que o caso do ex-vereador continua sendo investigado e não está parado. O delegado Marcílio Barenco, não pôde falar nada, sobre o assunto, porque o caso segue em segredo de justiça.

Linha de investigação

O ex-vereador é tio do jovem Diego Florêncio que também foi assassinado. Informações colhidas dão conta que Manoel Marques Luz se envolveu profundamente para que os acusados pela morte do sobrinho fossem presos. Manoel chegou a registrar um B.O. informando que estava sendo ameaçado de morte.

Diego Santana de Florêncio, de 23 anos, foi morto a tiros de pistola 380, que atingiam a cabeça e o tórax, acusados, Paulinho do cartório e Juliano Balbino são os autores materiais. O Toninho Garrote, filho de Ângela Garrote é apontado como autor intelectual. Todos estão soltos e o processo foi arquivo devido grande influência dos acusados.

O crime ocorreu em 23 de junho 2007, na cidade de Palmeira dos Índios, no momento em que o estudante retornava para casa após ter saído para lanchar na companhia de um amigo. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital Santa Rita, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.